The story of Kamilla Miranda Rigueira
Meu nome é Kamilla Miranda Rigueira, tenho 12 anos e convivo com uma condição rara chamada Encefalite Autoimune Anti-NMDA. Antes da doença, eu era uma criança cheia de energia, alegria e amor, que adorava brincar descalça, mexer na terra e me vestir como uma princesa. No entanto, minha vida mudou drasticamente aos 5 anos.
Em junho de 2018, cerca de uma semana após tomar vacinas obrigatórias, comecei a apresentar crises de ausência. Em poucos dias, perdi a coordenação motora, a fala e, rapidamente, fiquei completamente acamada, com movimentos involuntários, me alimentando por sonda e usando fraldas. Meu quadro piorava, e os médicos chegaram a me desenganar, pois meu cérebro estava atrofiando e os exames não identificavam nenhuma doença.
Um mês depois, exames realizados fora do Brasil finalmente confirmaram o diagnóstico de Encefalite Autoimune Anti-NMDA. Só então o tratamento específico foi iniciado, trazendo uma esperança que parecia distante. Após quase três meses internada, voltei para casa extremamente debilitada, inchada pelos medicamentos e com imunidade muito baixa.
Seis anos depois, continuo enfrentando desafios, mas com muitas conquistas. Ainda uso fraldas, mas retirei a sonda há três anos e já consigo me alimentar melhor. Uso cadeira de rodas e andador, mas, antes, nem sequer conseguia sentar. Não falo, mas estou consciente e consigo me comunicar. Apesar de tudo, meu sorriso continua presente, iluminando aqueles que me rodeiam.
A encefalite autoimune é uma inflamação cerebral causada por um ataque do sistema imunológico às células do próprio cérebro, podendo causar sintomas como convulsões, alterações motoras e, em alguns casos, deixar sequelas. Minha luta é constante, mas sou uma inspiração para minha família e todos que acompanham minha jornada. Seguimos com esperança em busca da minha reabilitação total.